Mais um clássico, segundo os cânones literários! Confesso
que não é o tipo de leitura que mais me cativa, mas sempre me prende pela
genialidade. Esse romance escrito em 1881, inaugura o realismo no Brasil.
O fantástico da história é que ela é narrada por um defunto.
Sim, o narrador Brás Cubas está morto e resolve contar o que foi sua vida, já
que depois de morto não há quem o possa julgar. Por isso mesmo dedica o livro ao
verme que primeiro roeu suas carnes.
Não é uma narrativa linear porque ele parte primeiro de sua
morte, como foi e o que decidiu fazer depois e só então volta a sua infância e
juventude, prosseguindo para a vida adulta. No entanto ele continua
interrompendo a narrativa para fazer reflexões e alusões a outros assuntos,
conversando com o leitor e deixando-o impaciente ao interromper a história antes do fim.
Brás Cubas é o que chamaríamos hoje de playboy, só que do
século XIX. Ele nunca precisou trabalhar, mas ao mesmo tempo morreu frustrado
por não conseguir nada de sucesso na vida, seja no trabalho, no amor, na
sociedade. Ele queria ser famoso, ser conhecido pela sociedade, queria casar-se
e ter filhos, mas nada deu certo na sua vida.
Porém ele narra tudo de forma irônica e de certa forma
engraçada. Algumas vezes dá para sentir pena da vida medíocre que levava.
Não é um livro com grandes novidades (a não ser o caso
inusitado de ser um morto a narrar), mas dá um perfil da sociedade hipócrita
que só pensava nas aparências e no sucesso perante a sociedade seja da forma
que for.
Ele nos conta suas diabruras de criança, seu amor por uma
cortesã (a linda Marcela) que quase levou seu pai a falência e que o levou a
ser mandado para fora do país para estudar. Depois que volta ao Brasil, quer
ser político famoso, quer criar um emplasto que trará muito sucesso e mergulha
em uma relação sem futuro com um mulher casada: Virgília.
É um romance genial, mas creio que não agradaria a maioria
dos jovens, com exceção dos que já tem um cabedal de conhecimento literário bem
grande. Um livro recomendado para jovens
adultos depois dos seus 20 anos que poderão compreender as sutilezas, ironias e
críticas a sociedade burguesa do século dezenove.
Livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Autor: Machado de Assis.
Número de Páginas: 332.
Editora: Abril Coleções.
Coleção: Clássicos da Abril Coleções vol. 5.
Data de publicação: 1881.
Data da edição: 2010.
O autor:
Machado de Assis dispensa apresentações, um dos maiores escritores
brasileiros, mas que não é unanimidade. Fluminense, nasceu em 1839 e perdeu a
mãe aos 10 anos de idade. Começou sua carreira literária fazendo colaborações
ao periódico Marmota Fluminense em 1861. Fez poesias, prefácios, teatro,
tradução, crítica, crônicas, escreveu contos e romances. Foi presidente da Academia
de Letras e morreu em sua casa no Cosme Velho (bairro do Rio de Janeiro) depois
de alguns dias doente de cama.
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