quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cacife Literário...


Nas minhas peregrinações pelos vlogs literários que adoro, assisti no Canal da Tatiana Feltrin, um vídeo em que ela propunha uma discussão sobre quem tem cacife para falar de literatura, de livros, e se uma pessoa precisa conhecer teoria literária para falar sobre isso.

Muito bem! Fiz um vídeo resposta que espero tenha ficado bom, já que sou nova nessa área e bastante tímida para isso. E também quero deixar aqui por escrito minha opinião. Ah, e não sou formada em nada sou apenas montanhista amante de livros.

Eu admito que uma pessoa que vai expor seu trabalho numa banca examinadora, ou trabalhar na área, fazer uma resenha em revistas especializadas, etc. tenha que ter algum conhecimento literário mais aprofundado. Porém, isso não quer dizer que outras pessoas, "pobres mortais" como eu não possam expor sua opinião sobre suas leituras.

Afinal, qual a função de um livro? Qual a função de um leitor? Um livro só existe enquanto tem alguém que o leia. O que é um livro ou um escritor sem seus leitores? Se para uma pessoa ler um livro ela vai precisar fazer anos de faculdade e cursos de especialização, então o mesmo perde toda a sua função que seria o de divertir, ensinar, colocar questionamentos. E como eu vou estudar todos esses anos para me especializar se não aprender nos livros a ler e cultivar um vocabulário e algum conhecimento. Porque eu iria ler um livro se somente outra pessoa, que se diz mais entendida, pode entender e me dizer o que o livro quer me dizer. 

Qualquer pessoa tem o direito de manifestar, pelos meios que desejar, sua opinião sobre um livro ou a literatura em geral. Todo mundo tem o direito de dizer que não gosta de poesia, ou que não tem afinidade com clássicos ou que só gosta de romances de banca ou curte apenas livros infanto-juvenis ou que seu gosto é apenas por quadrinhos. Eu posso não entender nada de teoria literária, mas eu vou ter minha opinião sobre o que li, mesmo que não tenha entendido ou gostado. Eu não tenho obrigação de adorar Shakespeare só porque ele foi o maior escritor do seu século. Eu tenho que sentir se gostei ou não da história que ele me contou e da forma como o fez. Todo o restante pode me acrescentar mais conhecimento, enfeitar minha opinião, mas não vai mudar minha vida, nem pagar minhas contas.

A única premissa é que o opinador tenha lido sobre o que se propôs a opinar, ou seja, se vai falar de um livro, é preciso ter lido o mesmo para fazê-lo. E é muito importante que o leitor tenha a humildade e honestidade de falar o que realmente sentiu, se gostou, se não gostou, se entendeu ou não entendeu e até pedir opinião de outras pessoas para tentar elucidar o que não foi entendido. Ter opiniões de pessoas "normais" pode incentivar muito mais outras pessoas a ler do que uma resenha crítica toda enfeitada de teoria literária.

Assim como é importante entender que nem todos tem os mesmos gostos ou mesmo sentimento por determinada obra ou autor, e respeitar a opinião alheia. Você pode tentar convencer alguém que sua opinião é válida, mas nunca menosprezar a dos outros. 

Para concluir, não é preciso ter um conhecimento acadêmico para dar sua opinião sobre as coisas, mas sim conhecer o objeto de que se está falando, seja lendo o livro, pesquisando sobre o escritor ou sobre o assunto abordado. Se todos pensássemos igual o mundo nunca teria evoluído e ainda estaríamos nos escondendo em cavernas e caçando animais selvagens de maneira rústica e perigosa. O ser humano nesse tempo todo errou em muitas coisas, mas também criou maravilhas, mas a verdade é que ninguém é dono da verdade e essa pode ter muitas faces.

Então, se a pessoa não sabe discordar educadamente da opinião dos outros, ou acha que conhece a verdade e detém todo o conhecimento do mundo é melhor ir morar com Zaratustra em sua caverna (quem sabe ele possa te ensinar alguma coisa) ou se embrenhar num deserto. Ou melhor, que vá ler um livro, já que só eles o entendem.

Mas se for para compartilhar com humildade seu conhecimento, seja muito bem vindo! Eu quero ouvir sua opinião e discutir sobre ela. Quem sabe não me convence os seus argumentos, ou os meus o convençam, ou ainda possamos cultivar nossas opiniões diferentes, mesmo sendo amigos.

Afinal, para que ter inimigos se você pode fazer amigos? Pense nisso!

Abaixo tem vídeos respostas que encontrei no Youtube, se você quiser deixar o seu na lista é falar nos comentários que eu acrescento.

Outros vídeos-respostas:
Tatiana Feltrin
O Baton de Clarice
Patrícia Pirota
Bruna Camargo
Ler ou não ler
LidoLendo
Show do Luan
Bruna Mateus
Estante de letrinhas
Poesias, Prosas E Algo Mais
Vevsvaladares
Cocota Nerd
Books All Over You
O Lucas Lira
Bárbara Lorentz
Livro e Café
Livros e Viagens
O mundo fantástico dos livros
Vagabundo Iluminado
Raquel Ramos Sugere
Papo Pimba
Vivo Leitura
Não sou crítico literário
Books over Rules
Estante de Leitura
Ricardo Marques Amendola
Nicolas Neves
Nayara Nascimento
Jubs Pimentel

A Ilha do Tesouro – Robert Louis Stevenson


A primeira edição que li da Coleção Clássicos da Literatura Juvenil foi A Ilha do Tesouro, editada em 1971 recontado por Ecy Aguiar Macedo em 189 páginas e Ilustrado a carvão por Walter Hune, as ilustrações são bonitas e em preto e branco. A obra original conta de 240 páginas. 

A outra edição desse mesmo livro, da coleção O Prazer da Literatura, é traduzido e adaptado por Tamara Vivian Katzenstein e ilustrado por Tabet e tem belas ilustrações coloridas. Devo fazer um vídeo para mostrar esses detalhes. Aconselho aos que não curtem muitas descrições que leiam uma versão recontada ou adaptada até estar preparado para a versão original da obra, assim vão curtir mais.

Veja o vídeo com a diferença entre as duas edições:




A obra
A história contada por um menino de 12 anos chamado Jim Hawkins, se passa na Inglaterra do século XVIII ou XIX e narra as aventuras desse personagem ao ver-se envolvido por uma busca ao tesouro do famoso pirata Capitão Flint. 

Os problemas começam quando um estranho misterioso chega a hospedaria dos pais de Jim. Na verdade era o pirata Bill Bones, que fugindo de outros piratas leva consigo o mapa do tesouro de Flint. Logo aparecem os outros piratas reivindicando sua parte, e entregando a Bil a “mancha negra” e dando um prazo para que o mapa fosse entregue. Mas no desenrolar da história Bill morre devido a saúde precária antes que os outros consigam colocar as mãos no mapa que acaba caindo nas mãos de Jim. 

Com o auxílio de dois amigos mais velhos, um médico (Dr. Livesey) e um nobre cavalheiro (Lorde Trelawney) ele parte para uma grande aventura atrás do esconderijo. Mas depois de armarem um navio (o Hispaniola), no meio da viagem Jim e seus amigos descobrem que o dúbio cozinheiro John Long Silver está tramando um motim para se apoderar do tesouro quando for encontrado. E então a história se desenrola com muitas reviravoltas de tirar o fôlego e percebemos que esse personagem inusitado e complexo (Silver) nos faz ficar em dúvida se é bom ou mau, chegamos a sentir uma certa pena dele. 

A história recontada prende muito por ter muitas partes descritivas sobre navios e manobras extirpadas do texto, o que contribui com a fluidez do texto, sendo muito indicado para jovens que normalmente não tem muita paciência para essas partes. E também para os mais crescidos que gostam mais de ação do que de descrição.

Ler esse livro é quase como assistir a sessão da tarde na TV, aqueles filmes que a gente adora (eu pelo menos gostava) de sentar pra ver depois da escola. Ele me fez lembrar muito dos filmes da série Os Piratas do Caribe (mas sem a graça e a fofura do Jack encarnado pelo Johnny Deep). 

Essa obra do Stevenson foi escrita em 1883 e inspirou outros escritores, cineastas e histórias em quadrinhos. A principal adaptação para o cinema é da Walt Disney, de 1950 (http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/a-ilha-do-tesouro/id/4712), inclusive o mega sucesso de Os Piratas do Caribe tem como inspiração várias partes da história de Stevenson. É o livro que construiu o estereótipos dos piratas de olho de vidro e perna de pau e com um papagaio no ombro, e vive até hoje na nossa imaginação e em nossas histórias infantis.

O autor
As duas edições divergem sobre a vida do autor. Uma diz que ele estudou engenharia naval, mas bacharelou-se em Direito e a outra diz que ele abandonou a faculdade de Engenharia pouco depois de matricular-se para se dedicar aos livros. De qualquer forma Stevenson é um escritor escocês que nasceu em 1850 e morreu na Polinésia em 1894. Portanto viveu nesse mundo por apenas 44 anos. Iniciou sua carreira literária publicando um panfleto anônimo (The Pentland Rising) e uma série de ensaios na Revista The Cornhill Magazine.

Aos 33 anos escreveu A Ilha do Tesouro e foi aclamado como um dos melhores autores da literatura mundial, tornando-se famoso e elogiado no mundo todo. Três anos depois escreveu outro sucesso “O Estranho caso do Dr. Jeckill e Mr. Hyde”, mais conhecido entre nós como O Médico e o Monstro.

Obras principais:
In the south Seas (Viagens aos Mares do Sul)
New Arabian Nights (Novas Mil e uma Noite)
Treasure Island (A Ilha do Tesouro)
The Black Arrow (A Flecha negra)
The Master of Ballantrae (O Senhor de Ballantrae)
Kidnapped (Raptado)
The Stange Case of Dr. Jeckill and Mr. Hyde (O médico e o monstro)

Video resenha:

Resenhas: