terça-feira, 25 de junho de 2013

Breve história de quase tudo – Bill Bryson...



Esse escritor e jornalista americano que morou 20 anos na Inglaterra, escreveu um livro onde reúne a resposta para quase todas as dúvidas que temos a respeito da formação do universo e o surgimento da vida na Terra. Como o próprio nome sugere, Breve história de quase tudo não vai contar toda a história da humanidade e sim o período que vai da formação do nosso universo até a criação e desenvolvimento da vida na Terra, terminando com o surgimento do homo sapiens.

Com uma narrativa de fácil entendimento para os leigos, Bryson explica tudo sobre átomos, big bang, química, física, geologia, enfim como chegamos até aqui. De maneira bem humorada nos conta como foram feitas muitas das descobertas que impulsionaram a evolução da tecnologia e da vida no planeta. Todas as teorias que deram origem a novas teorias e novas descoberta, as intrigas entre cientistas de diversas áreas, algumas que ajudaram e outras que atrasaram a história.

Há uma passagem que ele relata de forma engraçada a descoberta da inflamabilidade do hidrogênio: 

Na França, um químico chamado Pilatre de Rozier testou a inflamabilidade do hidrogênio enchendo a boca com ele e soprado numa chama descoberta, provando de um só golpe que o hidrogênio é de fato explosivamente combustível e que as sobrancelhas não são necessariamente um traço permanente do rosto de uma pessoa” (pg. 71)

Há também uma passagem curiosa e interessante: 

A radiação, na verdade, é tão perniciosa e duradoura que até hoje é perigoso manusear os papéis dela (Madame Curie) da década de 1890 – até os livros de receitas. Os livros de laboratório de Madame Curie são mantidos em caixas revestidas de chumbo, e para examiná-los é preciso usar roupa protetora.” (pag. 121)

Ele também nos faz refletir na nossa constituição de átomos. Somos formados da junção de zilhões de átomos imortais e após nossa morte eles se separam e vão formar outras coisas e outros seres, fazendo com que na verdade sejamos todos imortais, revivendo e fazendo parte de outros seres no futuro. Pense, nós podemos conter átomos que pertenceram a algum dinossauro ou até mesmo a um Faraó...

Bill conta numa nota de rodapé a incrível falta de sorte do cientista Planck, que perdeu esposa prematuramente, perdeu o filho mais novo na primeira guerra, a forma irônica que perdeu as filhas gêmeas, e como perdeu o trabalho de uma vida toda durante a segunda guerra. Ô falta de sorte! E o coitado viveu 85 anos! Isso é que é sobreviver! (pág. 127).

A comparação de Cropper para entender o quão minúsculo e pesado é o núcleo de um átomo é fantástica. Se expandirmos um átomo até o tamanho de uma catedral, o núcleo seria do tamanho de uma mosca, pesando mais que a própria catedral. Surreal!

Para os amantes da literatura, descobrir como a ciência influenciou alguns escritos de Aldous Huxley é muito interessante. Como na página 251 que ele fala que A. Huxley parodiou um dos cientistas Haldane (pai) num romance chamado Contraponto, criando o personagem do cientista Edward Tantamount, engraçado ler o porque. E do Haldane filho fala: 

Huxley parodiou igualmente o Haldane mais jovem em seu romance Ronda Grotesca, mas também usou suas ideias sobre a manipulação genética de seres humanos como a base da trama de Admirável mundo novo.” (pag. 251)

Outro fato que chamou a atenção e talvez muita gente não saiba, a teoria de que a mitocôndria das células surgiu de uma bactéria que invadiu outra bactéria e como a experiência foi proveitosa para ambas, formou-se a célula, que faz com que a vida se reproduza através de seu DNA e RNA. Mas entender isso direito é preciso ler o capítulo todo. (pág. 306)

Os últimos capítulos, na quarta parte do livro é dedicado a todos os achados e teorias relacionados a nosso surgimento na Terra e a milhares de lacunas que ainda estão para serem elucidadas. Se somos uma linhagem direta de algum primata, se tivemos outros espécimes como nós convivendo num mesmo período de tempo, se temos um ancestral comum com os macacos... são ainda perguntas que ainda não estão bem respondidas, mas que aguçam nossa curiosidade.

Livro recomendadíssimo para quem gosta de ciências e antropologia.

Título: Breve história de quase tudo
Autor: Bill Bryson
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 484
Tradução: Ivo Korytowski
Ano de edição: 2005


Outros vídeos sobre o livro:
Ler ou não Ler
Tatiana Feltrin



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