quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde...



Basil é um pintor apaixonada por um rapaz de seus 17 anos chamado Dorian e faz um retrato de corpo inteiro dele. Durante uma visita ao atelier Basil se vê obrigado a apresentar Dorian a seu amigo Lord Henry. Este é um bon vivant, um playboyzinho do século 19 que impressionado com a beleza de Gray resolve mostrar a ele os prazeres que a vida pode lhe proporcionar se ele souber explorar a beleza que possui. Assim Lord Henry começa por corromper o pobre rapaz.

Porém, ao ver o retrato que Basil pintou, Dorian entra em choque e deseja que o quadro envelheça no lugar dele e para consolá-lo Basil lhe presenteia com o quadro. Então começa a história. Dorian Gray um dia descobre que o quadro começa a tomar para sim todas as marcas do tempo e dos estados de espírito de Dorian, enquanto ele permanece jovem e vibrante. Ele começa a perceber que o quadro está refletindo a sua alma, que normalmente se reflete nas outras pessoas em seu corpo, como rugas de preocupação, expressões de cinismo, de angústia, de crueldade... 


A história é muito interessante e faz refletir sobre a sociedade em geral. O livro traz uma boa crítica a cínica sociedade vitoriana que se dizia puritana, mas que por baixo dos panos cometia atrocidades, crimes e traições. Traz discussões sobre a estética, a vida vivida apenas pelo prazer custe o que custar, sem se preocupar com as pessoas ao seu redor, evitando tudo que possa parecer feio, ou que possa trazer algum desprazer. Um verdadeiro egoísmo sem culpa. É isso que enxerguei no livro.

O único personagem que me fez sentir empatia foi o pintor Basil, que me pareceu uma pessoa boa e preocupada com os amigos. Dorian começa como um adolescente mimado e prossegue como um adulto superficial, insensível, egosísta... assim como Lord Henry, o típico "diabinho do ombro esquerdo". O que mais me irritou nele é o fato dele usar Dorin para experimentar teorias suas, influenciando o cabeça oca a ser como ele queria, para descobrir em que resultaria, sem o mínimo de pudor ou constrangimento de saber que poderia destruir a vida do rapaz.

O livro fez um auê na época em que foi publicado (1890) apenas por sugerir (na minha opinião) muito sutilmente o homosexualismo de Basil. Oscar Wilde era um representante do esteticismo e confesso que preciso estudar um pouco mais sobre o tema para entendê-lo melhor. Enfim, o livro é ótimo e traz uma ideia bastante original e diferente. Algo que com certeza muita gente gostaria de ter, um retrato que envelhecesse ou que ficasse marcado pelas coisas ruins da vida em seu lugar! Ficar com uma carinha de anjo, parecer uma pessoa ingênua ajuda que a manipular pessoas, justamente porque a sociedade é superficial e dá um valor muito grande a beleza exterior em detrimento do caráter e das qualidades do indivíduo. É tal história de julgar pela capa. Achar que uma pessoa bonita com cara de ingênuo nunca poderia fazer mal a alguém. Doce ilusão!


O Autor


Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde nasceu em Dublin, em 16 de outubro de 1854 e foi um escritor irlandês. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, ele se tornou um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças, e as circunstâncias de sua prisão, que foi seguido por sua morte precoce.

Casou-se com Constance Lloyd, filha de um rico advogado de Dublin, com quem teve dois filhos, Cyril, Vyvyan. O sucesso literário foi acompanhado de uma vida bastante mundana, e suas atitudes tornaram-se cada vez mais excêntricas.

Em Maio de 1895, após três julgamentos, Wilde foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes". Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. (informações retiradas da Winkpédia).



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